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A sua carteira de investimentos está preparada para a revolução ESG?

 

A sua carteira de investimentos está preparada para a revolução ESG?

Fernanda Camargo 2 set 2022 Fonte: Estadão


Pensamento de um mundo mais sustentável deve ser determinante na hora de escolher onde investir


No domingo à noite, dirigindo de volta da praia para São Paulo enquanto meu filho de 6 anos e seu amigo dormiam no banco de trás, vim pensando como será o mundo quando eles tiverem a minha idade.

Nestes últimos dias li inúmeros relatórios e reportagens mostrando como será muito difícil atingir o tal Net Zero (zerar emissões de Gases de Efeito Estufa) até 2050. A temperatura em vários lugares do mundo já subiu mais rápido do que os modelos previam. A temperatura na Europa atingiu 45º C e na Ásia, 50º C graus. Isso aconteceu por alguns dias seguidos. Em 2030 pode acontecer por meses.



A equidade de gênero pode ser rentável e combater a crise climática

 

A equidade de gênero pode ser rentável e combater a crise climática

Fernanda Camargo e Thaís D’Alessio 24 jun 2022 Fonte: Estadão


Estudos apontam que empresas que possuem equidade de gênero conseguem ter desempenhos acima da média


Ultimamente as empresas vêm sofrendo pressão para aumentar a diversidade e a inclusão. O movimento começou, mas ainda é lento. Muitas companhias têm respondido a pressão de investidores que exigem critérios ASG (Ambiental, Social e Governança) e vem aumentando a diversidade em seus quadros. O interessante é que já existem dados mostrando que uma liderança mais diversa gera mais valor para a empresa. Então, por que não?

A população brasileira, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) de 2019, é composta por 48,2% de homens e 51,8% de mulheres. Fora isso, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica (IBGE), os negros (pretos e pardos) eram a maioria da população brasileira em 2014, representando 53,6% da população.



A agenda ESG e o G de ganância

 

A agenda ESG e o G de ganância

Fernanda Camargo 2 maio 2022 Fonte: Estadão


Se a adoção do ESG é um caminho sem volta, o que nos impede de avançar rumo a uma economia mais verde?


O ano é 2004. Por uma iniciativa da Organização das Nações Unidas (ONU), com a colaboração do governo suíço, foi publicado e endossado por mais de 20 instituições financeiras – entre elas o International Finance Corporation (IFC) do Banco Mundial – representando coletivamente mais de US$ 6 trilhões sob gestão o relatório “Who Cares Win” (WCW), ou “Ganha Quem se Importa”, em tradução livre, com diretrizes e recomendações sobre como integrar melhor questões ambientais, sociais e de governança (ESG) nas frentes de gestão de ativos, serviços de corretagem e research.

Um avanço, ainda que tímido, em uma pauta incipiente de sustentabilidade em um setor estruturalmente e historicamente movido por interesses estritamente financeiros.



Precificação do carbono: oportunidade ou custo?

 

Precificação do carbono: oportunidade ou custo?

Fernanda Camargo e Thaís D’Alessio 25 fev 2022 Fonte: Estadão


A regulação do mercado de carbono está se tornando ferramenta para incentivar a redução das emissões


Você consegue imaginar como vai ser a vida num planeta mais quente, menor e com mais gente? Hoje somos 7,7 bilhões de seres humanos. Apesar do ritmo do crescimento populacional mundial estar diminuindo, ainda crescemos em torno de 1,1% a cada década e devemos chegar a 9,7 bilhões de pessoas em 2050.

A grande questão é o estilo de vida de grande parte dessas pessoas, o quanto ele consome de recursos naturais e quanto gera de emissões de gases de efeito estufa.



Critério ESG na seleção de ativos também é obrigação de um gestor

 

Critério ESG na seleção de ativos também é obrigação de um gestor

Fernanda Camargo e Rubens Freitas 10 jan 2022 Fonte: Estadão


Ao negligenciar isto, o advisor poderá incorrer em riscos e ignorar oportunidades


Desde a fundação da Wright Capital, há 7 anos, engajamo-nos numa verdadeira cruzada pela incorporação de princípios de sustentabilidade e geração de impacto socioambiental na construção de portfólios para nossos clientes.

No início éramos vistos com certo ceticismo pelos gestores nos quais investimos e até mesmo pelos nossos concorrentes. Depois de insistir no assunto e com acontecimentos como Paris 2015, Davos, Business Roundtable, pandemia e COP26, temos assistido, com satisfação, a incorporação de princípios de análise de riscos ambientais, sociais e de governança pela comunidade de investimentos brasileira, análise essa que se convencionou chamar de ASG (Ambiental, Social e Governança).



O planeta está bugado. E o bug somos nós, humanos

 

O planeta está bugado. E o bug somos nós, humanos

Fernanda Camargo 3 fev 2022 Fonte: Estadão


E o que seus investimentos têm a ver com isso? Tudo


Dia desses, meu filho de 5 anos falou: “Mãe, o planeta está “bugado”!” Para quem não sabe, “bugado” é um termo usado pelos jovens quando um game apresenta um problema desconhecido.

Ele tem razão. O planeta está bugado. Mas tenho a impressão de que o bug somos nós, seres humanos, terráqueos. Além de sermos os causadores das mudanças climáticas, também somos responsáveis por um mundo desigual, ou porque escolhemos onde investimos e o que consumimos ou simplesmente porque nos omitimos.



O Pequeno Príncipe, a COP26, o nosso planeta e a natureza humana

 

O Pequeno Príncipe, a COP26, o nosso planeta e a natureza humana

Fernanda Camargo 26 nov 2021 Fonte: Estadão


Na busca por investimentos sustentáveis e com impacto socioambiental positivo, tenho aprendido a ver com o coração



Esses dias fui assistir meu sobrinho, Guigo Farias (@fariasguigo) no papel do Pequeno Príncipe no Tom Brasil. Aliás, recomendo a todos. A peça foi criada pelo projeto Do Singular ao Plural (@singularaoplural) que busca realizar uma apresentação cênica musical com participação de várias pessoas da população em geral.

“O Pequeno Príncipe” de Saint Exupéry, escrito em 1943, é considerado um livro infantil, mas é uma obra prima que reflete a vida a partir de coisas simples, mas ao mesmo tempo muito filosófica. A cada leitura o livro gera reflexões diferentes, depende da fase de vida e do nosso entendimento sobre nós mesmos.



Investimentos sustentáveis: boas notícias para as novas gerações

 

Investimentos sustentáveis: boas notícias para as novas gerações

Fernanda Camargo 29 out 2021 Fonte: Estadão


Títulos verdes estão crescendo e até junho deste ano, as emissões somavam R$ 40,5 bilhões na América Latina



Comecei a escrever essa coluna bem no início da pandemia, em junho de 2020. Naquele momento as pessoas estavam começando a olhar mais para investimentos sustentáveis. De lá pra cá, muita coisa aconteceu. Ainda precisamos de uma mudança cultural maior e isso leva tempo. Minha tia, Esther Figueiredo Ferraz, que dedicou a vida a educação, sempre dizia que algumas mudanças levam gerações para acontecer, mas que nem por isso devemos parar de lutar, pois se hoje estamos aqui, alguém lutou antes de nós.

Lembrando: em janeiro de 2020, em Davos, o assunto principal foi mudanças climática. Um pouco antes, em agosto de 2019, mais de 200 CEOs assinaram o Business Roundatable, onde se comprometiam com todos os stakeholders e com o bem-estar social. E, logo em seguida, março de 2020 a pandemia começou.



Conheça os investimentos em soluções baseadas na natureza

 
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Conheça os investimentos em soluções baseadas na natureza

Fernanda Camargo 01 out 2021 Fonte: Estadão


A competitividade e a segurança, no longo prazo, dependem do uso sustentável dos recursos naturais



No último capítulo do Arrabalde, especial da Revista Piauí, escrito por João Moreira Salles sobre como nós brasileiros entendemos ou não entendemos a Amazônia, ele conta a seguinte história:

Em 2008, Patrick Brown, professor de bioquímica em Stanford, a universidade californiana cravada no centro do Vale do Silício, sentou-se diante de um prato de comida em companhia de um colega geneticista, Michael Eisen. Brown lhe perguntou: “Se fosse para escolher um único problema para atacar, qual seria o maior deles?”



A Equidade Racial e o ESG Brasileiro

 
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A EQUIDADE RACIAL E O ESG BRASILEIRO

Fernanda Camargo e Camilla Reichmann 06 ago 2021 Fonte: Estadão


Protocolo ESG Racial visa promover a equidade racial no mercado de trabalho



Em seu último livro, “A Tirania do Mérito”, o professor de filosofia política da Universidade de Harvard Michael Sandel debate porque a crença de que o esforço individual é o grande motor do sucesso somente amplia o abismo social, estimula a polarização e impede que as sociedades sejam mais solidárias. No preenchimento de vagas de emprego, mérito conta por dois motivos: eficiência e justiça. Seria errado discriminar o mais qualificado com base em preconceito de raça, religião ou sexo. Um sistema econômico que recompensa o esforço e o talento tem a probabilidade de ser mais produtivo. A ideia de que nosso destino está nas nossas mãos, que nosso sucesso depende só de nós, afirma certa ideia de liberdade.

Segundo Sandel, apesar de inspirador, o princípio do mérito pode tomar caminhos tiranos. O lado negativo do ideal meritocrático está embutido em sua promessa mais sedutora, a de domínio e a de vencer pelo próprio esforço. Uma coisa é responsabilizar as pessoas por agirem de acordo com a moral, outra coisa é pressupor que somos, cada um de nós, totalmente responsáveis por nossa sina. Na visão contemporânea, riqueza significa talento e trabalho árduo e pobreza significa apatia. Aqueles que defendem a desigualdade com base na meritocracia ignoram que certos talentos – decisivos para o sucesso em diversas áreas – e o fato de eles serem valorizados em uma certa sociedade não são mérito de quem os possui, e sendo assim, pensar no mérito como um critério de justiça seria algo falho.



O custo por trás da indústria da moda é maior do que você pensa

 
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O CUSTO POR TRÁS DA MODA É MAIOR DO QUE VOCÊ PENSA

Fernanda Camargo e Camilla Reichmann 17 jul 2021 Fonte: Estadão


Para que um setor consolidado se transforme, a mudança do lado de quem consome é necessária e urgente



O mundo consumista em que vivemos hoje nos cegou. Aquilo que não vemos ou não sabemos, não sentimos. Não queremos saber de onde veio ou como foi feito, queremos apenas saber qual é o preço. Todo processo produtivo consome recursos naturais e humanos de maneira extraordinária.

Com o aumento da concorrência, o preço se tornou cada vez mais relevante e para conseguir manter um preço baixo, alguém em algum lugar do mundo está trabalhando por muito pouco ou existe alguma tecnologia substituindo o ser humano.



Precisamos de um ESG Brasileiro

 
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PRECISAMOS DE UM ESG BRASILEIRO

Fernanda Camargo 16 jun 2021 Fonte: Estadão


O ESG criado sob as perspectivas de países desenvolvidos deveria sofrer ajustes para ser aplicado no Brasil.



O lugar em que você fica de pé depende de onde você está sentado, dizia Rufus E. Miles Jr. (1910-1996). Ele foi assessor de presidentes como Dwight Eisenhower, John Kennedy e Lyndon Johnson. De “memoráveis encontros com a realidade”, ele criou a Lei de Miles. Ele codificou o que deveria ser intuitivo. Nós vemos as coisas e fazemos julgamentos a partir do nosso ponto de vista.

Quando procuramos notícias e artigos sobre ESG (acrônimo para ESG – Environmental, Social and Governance ou ASG – Ambiental Social e Governança) encontramos: Nós precisamos reduzir as emissões de gases do efeito estufa, nós precisamos fazer uma transição energética, nós precisamos fazer uma revolução verde, etc… Quem somos “nós”??



Qual é o dever fiduciário daqueles que orientam os investimentos?

 
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QUAL É O DEVER FIDUCIÁRIO DAQUELES QUE ORIENTAM OS INVESTIMENTOS?

Fernanda Camargo 14 mai 2021 Fonte: Estadão


Acordaremos em um mundo inabitável ao financiarmos empresas que não olham fatores ambientais e sociais.



O agente fiduciário (bancos, fundos de investimentos, corretores, conselheiros, CEOs, diretores de empresas, etc.) age em nome de outra pessoa e em benefício desta. Esse agente deve agir com honestidade, boa fé e lealdade. Decisões tomadas por agentes fiduciários atingem toda uma cadeia e afetam empresas no seu processo de tomada de decisão, práticas de governança corporativa e na maneira que são geridas, afetando consequentemente comunidades e pessoas.

Conversando recentemente com minha amiga Denise Hills, que é diretora global de sustentabilidade da Natura (NTCO3-3,00%), falamos sobre isso. Aliás, ela é o exemplo vivo de um agente fiduciário que pensa o tempo todo em como deixar um mundo melhor.



É necessário empoderar as pessoas para que se tornem um ativo do País

 

É necessário empoderar as pessoas para que se tornem um ativo do país

Fernanda Camargo 21 abr 2021 Fonte: Estadão


O projeto de identidade única no Brasil está apenas começando. O desafio não é pequeno.


Em novembro de 2017, num almoço com indianos sócios de um Fundo de Impacto na Índia, um deles abriu o celular, passou por um reconhecimento facial e entrou em uma conta. Por curiosidade perguntei do que se tratava. Ele balançou a cabeça num movimento típico dos indianos e respondeu “You don’t know India Stack??” (Você não conhece o India Stack?). Eu nunca tinha ouvido falar. “Do you want to know more?” (Você quer saber mais?), perguntou balançando a cabeça. Daí em diante me tornei uma apaixonada pelo tema.

Em 2009, o então primeiro-ministro da Índia convidou Nandan Nilekani, fundador da Infosys (uma das maiores empresas de tecnologia do mundo), para ingressar no governo com o desafio de fornecer uma identificação única a todos os indianos. O India Stack é um projeto que digitalizou 1.2 bilhões de pessoas na Índia. É o maior programa de identificação do mundo e foi feito em um país onde as pessoas não têm documentos, nem certidão de nascimento, nem casas, nem endereço. Similar ao que temos em alguns lugares aqui no Brasil. Esse sistema digital tornou-se também a base do maior programa de transferência de renda do mundo.



O ASG e a CVM: Quanto custa não observar os critérios Ambiental, Social e Governança? E para quem?

 
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O ASG e a CVM: Quanto custa não observar os critérios Ambiental, Social e Governança? E para quem?

Fernanda Camargo 19 mar 2021 Fonte: Estadão


Muito tem se debatido sobre os custos para as empresas da adoção de critérios ASG.
A CVM deve exigir ou esperar a prática de forma voluntária?


(Com Ana Luci Grizzi, sócia e líder da área de prática de Direito Ambiental do Veirano Advogados)– Em 1970 Milton Friedman publicou um artigo no jornal The New York Times chamado “The Social Responsability of a Business is to Increase its Profits” (A Responsabilidade Social de um Negócio é aumentar seu lucro). Externalidades negativas não eram levadas em consideração naquela época.

A influência de tais ideias econômicas não se restringiram a corporações e ao mercado financeiro, afetaram também indivíduos. A teoria conhecida como “free riding” (pegar carona de graça) parte do princípio de que a cooperação não vale a pena, já que se você cooperar, ninguém mais vai e a sua contribuição será pequena demais para fazer qualquer diferença. Acabamos então contando com a contribuição de outros. Tais pensamentos nos fazem perder a esperança e acreditar que somos impotentes. Esse pensamento se aplica quando falamos de mudança climática por exemplo.



Se mudarmos nossos hábitos podemos “adiar o fim do mundo”?

 
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Se mudarmos nossos hábitos podemos “adiar o fim do mundo”?

Fernanda Camargo 19 fev 2021 Fonte: Estadão


As ideias sobre biodiversidade, preservação das florestas e dos rios chegaram aos mercados. Se ignorarmos a agenda global do clima, podemos sofrer bloqueios


No início deste ano, tive o privilégio de participar de uma conferência com o líder indígena, escritor, jornalista, professor e doutor pela Universidade de Juiz de Fora, Ailton Krenak.

Ailton nasceu na região do vale do rio Doce, um lugar cuja ecologia encontra-se profundamente afetada pela atividade de extração mineira.

Durante a conferência, alguém perguntou sobre o lixo. “O que é lixo?? Não existe lixo. Vocês falam sobre jogar o lixo lá fora. O que é lá fora?? Não existe lá fora. É tudo aqui dentro. Vocês estão jogando lixo na sua casa.” – respondeu Krenak. Esse olhar já nos faz refletir sobre nosso estilo de vida, nossas crenças e nossos valores.

Nos anos 60 e 70 a configuração antropocêntrica da nossa pedagogia tornou natural a exploração ambiental. Criamos um abismo entre o homem e outros seres. A educação do século XX separou cultura e natureza. Krenak explica que quando despersonalizamos o rio, a montanha, quando tiramos deles os seus sentidos, considerando que isso é atributo exclusivo dos humanos, nós liberamos esses lugares para que se tornem resíduos da atividade industrial e extrativista.

No seu livro “Ideias para Adiar o Fim do Mundo”, Krenak critica a ideia de humanidade homogênea na qual há muito tempo o consumo tomou o lugar daquilo que antes era cidadania. Segundo ele, transformamos as pessoas em consumidores e as crianças já nascem clientes.



Nada será como antes: os mercados mudaram muito mais rápido do que imaginávamos

 
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Nada será como antes: os mercados mudaram muito mais rápido do que imaginávamos

Fernanda Camargo 18 dez 2020 Fonte: Estadão


O ano termina com todos falando da importância da biodiversidade e do investimento na economia verde


Tenho certeza que 2020 mostrou a importância de se ter um propósito de vida, de ter amigos, de cuidar da família, de olhar para o outro, de ser mais altruísta.

Janeiro parecia mais um ano comum. Ainda íamos a restaurantes, ao escritório (quem lembra?), ainda nos abraçávamos, apertávamos as mãos. Em fevereiro ousamos fazer nossa última viagem em família e na volta, ao colocar a máscara no avião, eu me senti ridícula por ser uma das únicas.

Nada será como antes…

O último encontro antes da pandemia foi um almoço no IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa) para falar justamente do papel dos conselheiros no que tange ao ASG (Ambiental, Social e Governança). Lembro de entrar no elevador e encontrar um velho amigo, presidente de uma grande multinacional – ele acabava de desligar o telefone perplexo: “Enfrentaremos tempos muito difíceis”, disse. Naquele almoço, todos ainda se cumprimentavam e se abraçavam normalmente… alguns dias depois recebemos a notícia que algumas pessoas estavam com covid-19.



ESG, TCFD, SASB, GRI: a sopa de letrinhas para reverter as mudanças climáticas


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ESG, TCFD, SASB, GRI: a sopa de letrinhas para reverter as mudanças climáticas

Fernanda Camargo 20 nov 2020 Fonte: Estadão


Investimentos sustentáveis estão chegando também nos índices e fundos passivos


No início da pandemia começamos a observar inúmeras mudanças no que tange a investimentos sustentáveis.

Hoje, 8 meses depois, estamos vivendo um tsunami. Segundo a Morningstar, no final de setembro, USD 1.2 trilhões de ativos geridos por fundos mútuos já levam em consideração desde fatores de mudança climática a direitos humanos nos seus investimentos.

Dirigindo pela Marginal Pinheiros, em São Paulo, meu filho de 4 anos me perguntou: Mãe, quem foi o louco que jogou lixo no rio?

O que responder? Passo o tempo todo falando sobre a importância de cuidar da natureza, de como os rios são importantes, as árvores, os animais… Vivo dizendo que temos que cuidar do nosso planeta, pois é aqui que moramos.

Como foi que chegamos aqui? Como convivemos com isso como se fosse normal? Estamos afundando no lixo e na poluição que nossa ânsia consumista gerou. É possível reverter esse movimento? Acredito que sim. Pode levar anos, mas a mudança começou. O ser humano costuma aprender mais pela dor do que pelo amor – pelo visto, não mudar vai doer no bolso.



Precisamos de uma Revolução Industrial que coloque a economia a serviço das pessoas

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Precisamos de uma Revolução Industrial que coloque a economia a serviço das pessoas

Fernanda Camargo 23 out 2020 Fonte: Estadão


É preciso encontrar um novo modelo de negócios que atenda as necessidades básicas de todos


Escrevo aqui do Parque Nacional da Serra do Cipó, em Minas Gerais. Amanhã, 24 de outubro, é meu aniversário e tive o privilégio de vir comemorar com grandes amigas da vida toda.

A Serra do Cipó é conhecida por ter grande importância sobre o balanço das águas, fazendo a divisão natural das bacias dos rios Doce e São Francisco. Dentro do Parque Nacional existem mais de 60 cachoeiras, a natureza aqui é exuberante. O cerrado com suas cores, flores e espécies únicas parece o trabalho de uma vida de um jardineiro apaixonado.

Três semanas antes de virmos, o Parque ainda estava em chamas. Aparentemente, queimadas são comuns por aqui, mas, pelo visto, essa foi uma das piores. O incêndio devastou uma área de aproximadamente 16 mil hectares. Ainda não se sabe se o incêndio foi criminoso ou não.



A importância da abordagem de Venture Philanthropy no Brasil e no Mundo

 
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A importância da abordagem de Venture Philanthropy no Brasil e no Mundo

Fernanda Camargo 25 set 2020 Fonte: Estadão


A abordagem de venture philanthropy coloca o empreendedor ou negócio de impacto socioambiental no centro, promovendo o investimento com foco principal no impacto


(Com Alexandre Gottlieb Lindenbojm, co-fundador da Wright Capital Gestão de Patrimônio) – Segundo o estudo publicado esta semana pela Aspen Network of Development Entrepreneurs (ANDE) chamado “Investimento de Impacto na América Latina”, o volume de investimentos em Negócios de Impacto Socioambiental no Brasil chegou a US$ 785 milhões em 2019 e a maior parte dos investidores espera taxa de retorno de mercado o que nos mostra a ausência de capital paciente, tão importante para o desenvolvimento deste setor.

Esta mentalidade de curto prazo é um grande desafio já que, do outro lado, o empreendedor social precisa além de capital, de tempo e assessoria/mentoria no desenvolvimento de seu plano de negócios. Torna-se especialmente oportuno o entendimento das possíveis abordagens alternativas para equacionar estas questões sociais e ambientais onde a atuação governamental e a filantropia tradicional navegam com alguma dificuldade.

A crise econômica sem precedentes e o estado de insegurança gerados pela pandemia ocasionaram a drenagem na oferta de crédito e aumento significante das taxas de juros praticadas por seus provedores, a paralisação ou postergação de investimentos diretos, seja por investidores estratégicos, seja por fundos de venture capital e private equity, e a canalização de recursos filantrópicos para causas sociais mais urgentes.