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Aprendizados no caminho de investimentos com propósito

 
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Aprendizados no caminho de investimentos com propósito

Fernanda Camargo 28 ago 2020 Fonte: Estadão


Todos podem ajudar negócios capazes de gerar retornos financeiros e gerar impactos sociais e ambientais


(Com Alexandre Gottlieb Lindenbojm, co-fundador da Wright Capital Gestão de Patrimônio) – Em 1948 foi proclamada na Assembleia Geral das Nações Unidas a Declaração Universal dos Direitos Humanos: “Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da família humana e de seus direitos iguais e inalienáveis é o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo, … a Assembleia Geral proclama a presente Declaração Universal dos Diretos Humanos como o ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas as nações…”. Esses princípios foram escritos há 72 anos. Apesar da evolução dos direitos humanos e da liberdade, de lá para cá, o capitalismo ainda não foi capaz de lidar com os desafios sociais e ambientais de nossos tempos.

No mundo existem três tipos de indivíduos: aqueles que acreditam que viemos aqui a passeio; aqueles que procuram ajudar dentro do limite do seu próprio conforto e, em alguma extensão, para o seu benefício pessoal e daqueles que lhes são caros ou próximos; e finalmente aqueles que refletem sobre por que viemos, procuram encontrar a sua missão e dão um passo à frente no campo de batalha em busca de uma sociedade mais justa e um mundo melhor para todos os seres sencientes.

Acreditamos que não se nasce de uma forma ou de outra. Existe um processo de acordar, que pode ou não acontecer nesta passagem. Certa vez, nos questionando sobre o que devemos fazer com aqueles que têm condições de se engajar e nada fazem, nos deparamos com um ensinamento Sufi, a partir da seguinte indagação:



É necessário abrir mão do retorno para fazer investimentos de impacto?

 
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É necessário abrir mão do retorno para fazer investimentos de impacto?

Fernanda Camargo 07 ago 2020 Fonte: Estadão


O maior desafio para os investidores é encontrar um bom pipeline de negócios


Ainda hoje, quando falamos de investimentos de impacto, existe muita confusão. Muitos confundem com filantropia, e outros confundem com o uso de critérios ASG (Ambiental Social e Governança).

Para ser considerado Investimento de Impacto, a empresa/negócio deve investir com a intenção de gerar impacto social ou ambiental positivo e seus retornos financeiros e impactos socioambientais devem ser mensuráveis. O termo Investimento de Impacto surgiu em
2008 quando a Rockefeller Foundation iniciou um movimento para ajudar a desenvolver essa indústria no mundo.

A primeira vez que ouvi falar de investimentos de impacto foi em 2011, quando um cliente pediu ajuda para estruturar um fundo para investir em empresas que tivessem como objetivo resolver problemas sociais e gerar retornos financeiros, no caso, o foco era educação. Em um primeiro momento, imaginei que ele queria montar uma fundação, doar para ONGs ou projetos de educação. Ele nos explicou que queria investir em negócios sociais e, quando esses gerassem dividendos, gostaria de reinvesti-los, criando um ciclo virtuoso. Pensei… Isso existe?



O insustentável custo de investir desconhecendo fatores ambientais

 
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O insustentável custo de investir desconhecendo fatores ambientais

Fernanda Camargo 03 jul 2020 Fonte: Estadão


Crescimento do capitalismo de 'stakeholders' leva à revisão da governança corporativa de companhias


Em resposta a oferta de compra de seu território pelo então presidente dos Estados Unidos em 1854, o Cacique Seattle respondeu com o seguinte discurso:

“Como é que se pode comprar ou vender o céu, o calor da terra? Essa ideia nos parece estranha. Se não possuímos o frescor do ar e o brilho da água, como é possível comprá-los? Cada pedaço desta terra é sagrado para o meu povo. […] Isto sabemos: a terra não pertence ao homem; o homem pertence a terra. Isto sabemos: todas as coisas estão ligadas, como o sangue que une uma família. Há uma ligação em tudo. O que ocorrer com a terra recaíra sobre os filhos da terra. O homem não tramou o tecido da vida; ele é simplesmente um de seus fios. Tudo o que fizer ao tecido, fará a si mesmo.”

Este discurso tem 166 anos, mas não podia ser mais atual. Estamos “emprestando” recursos naturais das gerações futuras. Deveríamos ter consciência de que somos apenas zeladores. Como podemos, então, prosseguir com um modelo de capitalismo que não leva em consideração os impactos das atividades empresariais no nosso planeta e nas pessoas? O que vale mais?



A pandemia é um lembrete de que somos parte de algo maior

 
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A pandemia é um lembrete de que somos parte de algo maior

Fernanda Camargo 05 jun 2020 Fonte: Estadão


Crise mostra que tudo está conectado e que precisamos pensar no outro


O impacto gerado pelo coronavírus é um sinal de que nosso sistema econômico e o planeta estão em conflito. Somam-se a isso as mudanças climáticas, que podem causar impactos ainda maiores. Imaginem que desafiador seria viver em um mundo cada vez mais quente, menor e com mais gente.

Como indivíduos temos inúmeras maneiras de atuar positivamente. Consumir de forma mais consciente é uma alternativa. Investir de maneira responsável, percebe-se hoje, é o único caminho para transformar nossa realidade e escolher o mundo que você quer. Hoje é possível investirmos levando em consideração as pessoas, o planeta e a maneira pela qual as empresas se comportam.

Até outro dia, ninguém perguntava para seu gerente do banco de que forma o retorno de um determinado investimento havia sido atingido. Poucos procuravam saber se as empresas que se beneficiavam em última instância de seu capital desmatavam ilegalmente, maltratavam ou exploravam seus colaboradores, poluíam nossos rios, mares e entorno, ou como se portavam em relação aos seus acionistas e demais stakeholders. Não importavam os conflitos de interesses, a falta de transparência, a ausência de diversidade. Bastava ter o melhor retorno com o “menor” nível de risco.